quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Portugal à lupa

Mais um excelente artigo de Miguel Sousa Tavares publicado no Expresso (Segunda-feira, 29 de Jun de 2009 )

Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa.
Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis.
Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:

- É sempre assim, esta auto-estrada?

- Assim, como?

- Deserta, magnífica, sem trânsito?

- É, é sempre assim.

- Todos os dias?

- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.

- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?

- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.

- E têm mais auto-estradas destas?

- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.

- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?

- Porque assim não pagam portagem.

- E porque são quase todos espanhóis?

- Vêm trazer-nos comida.

- Mas vocês não têm agricultura?

- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.

- Mas para os espanhóis é?

- Pelos vistos...

Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:

- Mas porque não investem antes no comboio?

- Investimos, mas não resultou.

- Não resultou, como?

- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.

- Mas porquê?

- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.

- E gastaram nisso uma fortuna?

- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...

- Estás a brincar comigo!

- Não, estou a falar a sério!

- E o que fizeram a esses incompetentes?

- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.

- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?

- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.

- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?

- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.

- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?

- Isso mesmo.

- E como entra em Lisboa?

- Por uma nova ponte que vão fazer.

- Uma ponte ferroviária?

- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.

- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!

- Pois é.

- E, então?

- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.

- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta...

- Não, não vai ter.

- Não vai? Então, vai ser uma ruína!

- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.

- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?

- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!

- E vocês não despedem o Governo?

- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...

- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?

- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.

- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?

- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.

- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?

- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:

- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?

- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.

- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?

- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.

- Não me pareceu nada...

- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.

- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?

- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.

- E tu acreditas nisso?

- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?

- Um lago enorme! Extraordinário!

- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.

- Ena! Deve produzir energia para meio país!

- Praticamente zero.

- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!

- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.

- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso?

- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.

- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?

- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor. Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:

- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?

- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.

Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:

- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!

domingo, 28 de junho de 2009

Pensamento criativo /divergente

Do You Recognize These 10 Mental Blocks to Creative Thinking?
by Brian Clark


Whether you’re trying to solve a tough problem, start a business, get attention for that business or write an interesting article, creative thinking is crucial. The process boils down to changing your perspective and seeing things differently than you currently do.
People like to call this “thinking outside of the box,” which is the wrong way to look at it. Just like Neo needed to understand that “there is no spoon” in the film The Matrix, you need to realize “there is no box” to step outside of.

You create your own imaginary boxes simply by living life and accepting certain things as “real” when they are just as illusory as the beliefs of a paranoid delusional. The difference is, enough people agree that certain man-made concepts are “real,” so you’re viewed as “normal.” This is good for society overall, but it’s that sort of unquestioning consensus that inhibits your natural creative abilities.

So, rather than looking for ways to inspire creativity, you should just realize the truth. You’re already capable of creative thinking at all times, but you have to strip away the imaginary mental blocks (or boxes) that you’ve picked up along the way to wherever you are today.
I like to keep this list of 10 common ways we suppress our natural creative abilities nearby when I get stuck. It helps me realize that the barriers to a good idea are truly all in my head.

1. Trying to Find the “Right” Answer

One of the worst aspects of formal education is the focus on the correct answer to a particular question or problem. While this approach helps us function in society, it hurts creative thinking because real-life issues are ambiguous. There’s often more than one “correct” answer, and the second one you come up with might be better than the first.
Many of the following mental blocks can be turned around to reveal ways to find more than one answer to any given problem. Try reframing the issue in several different ways in order to prompt different answers, and embrace answering inherently ambiguous questions in several different ways.

2. Logical Thinking

Not only is real life ambiguous, it’s often illogical to the point of madness. While critical thinking skills based on logic are one of our main strengths in evaluating the feasibility of a creative idea, it’s often the enemy of truly innovative thoughts in the first place.
One of the best ways to escape the constraints of your own logical mind is to think metaphorically. One of the reasons why metaphors work so well in communications is that we accept them as true without thinking about it. When you realize that “truth” is often symbolic, you’ll often find that you are actually free to come up with alternatives.

3. Following Rules

One way to view creative thinking is to look at it as a destructive force. You’re tearing away the often arbitrary rules that others have set for you, and asking either “why” or “why not” whenever confronted with the way “everyone” does things.
This is easier said than done, since people will often defend the rules they follow even in the face of evidence that the rule doesn’t work. People love to celebrate rebels like Richard Branson, but few seem brave enough to emulate him. Quit worshipping rule breakers and start breaking some rules.

4. Being Practical

Like logic, practicality is hugely important when it comes to execution, but often stifles innovative ideas before they can properly blossom. Don’t allow the editor into the same room with your inner artist.
Try not to evaluate the actual feasibility of an approach until you’ve allowed it to exist on its own for a bit. Spend time asking “what if” as often as possible, and simply allow your imagination to go where it wants. You might just find yourself discovering a crazy idea that’s so insanely practical that no one’s thought of it before.

5. Play is Not Work

Allowing your mind to be at play is perhaps the most effective way to stimulate creative thinking, and yet many people disassociate play from work. These days, the people who can come up with great ideas and solutions are the most economically rewarded, while worker bees are often employed for the benefit of the creative thinkers.
You’ve heard the expression “work hard and play hard.” All you have to realize is that they’re the same thing to a creative thinker.

6. That’s Not My Job

In an era of hyper-specialization, it’s those who happily explore completely unrelated areas of life and knowledge who best see that everything is related. This goes back to what ad man Carl Ally said about creative persons—they want to be know-it-alls.
Sure, you’ve got to know the specialized stuff in your field, but if you view yourself as an explorer rather than a highly-specialized cog in the machine, you’ll run circles around the technical master in the success department.

7. Being a “Serious” Person

Most of what keeps us civilized boils down to conformity, consistency, shared values, and yes, thinking about things the same way everyone else does. There’s nothing wrong with that necessarily, but if you can mentally accept that it’s actually nothing more than groupthink that helps a society function, you can then give yourself permission to turn everything that’s accepted upside down and shake out the illusions.
Leaders from Egyptian pharaohs to Chinese emperors and European royalty have consulted with fools, or court jesters, when faced with tough problems. The persona of the fool allowed the truth to be told, without the usual ramifications that might come with speaking blasphemy or challenging ingrained social conventions. Give yourself permission to be a fool and see things for what they really are.

8. Avoiding Ambiguity

We rationally realize that most every situation is ambiguous to some degree. And although dividing complex situations into black and white boxes can lead to disaster, we still do it. It’s an innate characteristic of human psychology to desire certainty, but it’s the creative thinker who rejects the false comfort of clarity when it’s not really appropriate.
Ambiguity is your friend if you’re looking to innovate. The fact that most people are uncomfortable exploring uncertainty gives you an advantage, as long as you can embrace ambiguity rather than run from it.

9. Being Wrong is Bad

We hate being wrong, and yet mistakes often teach us the most. Thomas Edison was wrong 1,800 times before getting the light bulb right. Edison’s greatest strength was that he was not afraid to be wrong.
The best thing we do is learn from our mistakes, but we have to free ourselves to make mistakes in the first place. Just try out your ideas and see what happens, take what you learn, and try something else. Ask yourself, what’s the worst that can happen if I’m wrong? You’ll often find the benefits of being wrong greatly outweigh the ramifications.

10. I’m Not Creative

Denying your own creativity is like denying you’re a human being. We’re all limitlessly creative, but only to the extent that we realize that we create our own limits with the way we think. If you tell yourself you’re not creative, it becomes true. Stop that.
In that sense, awakening your own creativity is similar to the path reported by those who seek spiritual enlightenment. You’re already enlightened, just like you’re already creative, but you have to strip away all of your delusions before you can see it. Acknowledge that you’re inherently creative, and then start tearing down the other barriers you’ve allowed to be created in your mind.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Dulce Pontes: um vendaval numa voz só. BRAVA!!!

Novamente, diz Dulce numa entrevista a propósito do seu último disco "Momentos" e sobre o facto de se sentir reconhecida ou não: "Os espectáculos estão cheios, eu já não me pertenço". De facto, Dulce, já és mais que tu, já fazes parte de mim. Na tua voz eu reconheço a excelência da música, o sobrehumano da existência. És de facto, como bem dizes, "um instrumento de Deus". És Grande.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Dulce Pontes: um vendaval numa voz só. BRAVA!!!


Dulce Pontes lançou novo álbum; chama-se "Momentos" e celebra 20 anos de carreira da cantora. Várias músicas são interpretações notáveis que nos devolvem a grandeza da maior voz portuguesa viva. Sem reticências. Dulce, venham mais 20!




quinta-feira, 9 de abril de 2009

domingo, 15 de fevereiro de 2009

I can dance! / Can you dance?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

"O Prémio", de Irving Wallace


Apesar de se espraiar por mais de 700 páginas, o livro “O Prémio”, de Irving Wallace, lê-se muito bem. Trata-se de um romance americano escrito em 1961 que se debruça sobre a entrega dos conhecidos e famosos prémios Nobel. O livro começa por descrever com minúcia o ambiente familiar e profissional que envolve as personagens laureadas pelo Prémio naquele ano – que julgamos, por dados fornecidos ao longo do texto, ser os inícios da década de 60 - e só depois a acção se desloca para a capital sueca, Estocolmo, onde essa entrega terá lugar.
Nas primeiras 200 páginas sensivelmente, ficamos a conhecer a vida pessoal e profissional das personagens agraciadas com o Prémio, as suas qualidades e defeitos, as suas vicissitudes pessoais.
Já em Estocolmo, a intriga adensa-se com alguns incidentes que ocorrem durante as iniciativas do programa da “semana do Nobel”. Ficamos a saber da subjectividade e do relativismo no momento de escolher os laureados em anos anteriores e o autor, ao mesmo tempo que analisa esse aspecto, também reabilita a Instituição Nobel, apontando casos positivos.
A cidade e os seus habitantes são caracterizados e alguns preconceitos e estereótipos – ligados ao campo da sexualidade - são desmascarados e postos por vezes em contraste com o que se faz nos Estados Unidos à época.
Ficamos a saber que o marido do casal francês (os Marceau) que ganha o Prémio Nobel da Física trai a mulher devido ao tédio que sente pela vida que leva. Ela vingar-se-á em Estocolmo.
O cientista Stratman, de origem alemã, mas que vive nos Estados Unidos ganha o prémio da Química vive preocupado com a sua frágil saúde e sobretudo com a sobrinha, que sobreviveu aos horrores do regime nazi.
O Dr. John Garrett e o Dr. Carlo Farelli, italiano, ganham em ex-aequo o prémio Nobel da Medicina e o Estocolmo será o palco onde o primeiro deles se irá digladiar com os seus problemas psicológicos e com Carlo Farelli, alegando que este lhe roubara a descoberta que haveria de dar o Prémio aos dois laureados.
O Dr. Craig ganha o Prémio Nobel da Literatura, mas não escreve há 3 anos nada de novo. Isso deve-se ao facto de ele viver com o trauma de ter morto a mulher num acidente de automóvel e de se ter entregue desde então à ingestão indiscriminada de álcool. Vive com a irmã da falecida mulher e é com ela que se desloca a Estocolmo para receber o galardão. É lá e na figura de Emily Stratman, a sobrinha de Max Stratman, que ele encontrará o rumo e o significado para a vida.
A “intriga comunista” - que envolve a sobrinha do cientista Max Stratman e o seu desaparecido pai, Walther Stratman, irmão de Max - serve para dar vazão às perspectivas do autor sobre os regimes que se confrontam na altura da guerra fria. O bloco comunista é confrontado com o mundo ocidental, livre e esta temática surge ainda num dos livros que o laureado com o Prémio da Literatura escreve.
A narrativa ganha progressivamente interesse, tornando-se cada vez mais vertiginosa à medida que se aproxima do final. Há estratégias narrativas adoptadas que são inteligentes e que contribuem para o adensar da intriga. No entanto, a partir de dado momento certos elementos da história tornam-se previsíveis, pois o leitor começa a perceber a mentalidade do escritor e que subjaz à tessitura da narrativa.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Humano e humilde na amarga derrota




Roger Federer perde na final do Open de ténis de Austrália contra Rafael Nadal, a 1 de Fevereiro.

Cunhas...

Não acreditas nesse mito acreditado e nunca visto publicamente chamado cunha?
Pois é, vejo, horrorizado, que estou rodeado delas, de cunhas, cunhados, cunhadas e enteados. Vejo que a inveja é útil e natural quando vejo cunhadas acabadas de cunhar. Vejo a injustiça que é a cunha triunfar sobre a lista dos candidatos, fazendo pouco dela. Afinal, uma lista de candidatos, à espera, é para os outros. Para os que não sabem ou não querem cunha. Aqueles que, contra ventos e marés, querem ter e deixar um cunho próprio, coisa bem diferente dessa coisa chamada cunha. Agonizo perante a afronta, mas sei que um dia o talento e o trabalho triunfarão alcandoradamente do favor e da cunha agradecida.