domingo, 15 de fevereiro de 2009

I can dance! / Can you dance?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

"O Prémio", de Irving Wallace


Apesar de se espraiar por mais de 700 páginas, o livro “O Prémio”, de Irving Wallace, lê-se muito bem. Trata-se de um romance americano escrito em 1961 que se debruça sobre a entrega dos conhecidos e famosos prémios Nobel. O livro começa por descrever com minúcia o ambiente familiar e profissional que envolve as personagens laureadas pelo Prémio naquele ano – que julgamos, por dados fornecidos ao longo do texto, ser os inícios da década de 60 - e só depois a acção se desloca para a capital sueca, Estocolmo, onde essa entrega terá lugar.
Nas primeiras 200 páginas sensivelmente, ficamos a conhecer a vida pessoal e profissional das personagens agraciadas com o Prémio, as suas qualidades e defeitos, as suas vicissitudes pessoais.
Já em Estocolmo, a intriga adensa-se com alguns incidentes que ocorrem durante as iniciativas do programa da “semana do Nobel”. Ficamos a saber da subjectividade e do relativismo no momento de escolher os laureados em anos anteriores e o autor, ao mesmo tempo que analisa esse aspecto, também reabilita a Instituição Nobel, apontando casos positivos.
A cidade e os seus habitantes são caracterizados e alguns preconceitos e estereótipos – ligados ao campo da sexualidade - são desmascarados e postos por vezes em contraste com o que se faz nos Estados Unidos à época.
Ficamos a saber que o marido do casal francês (os Marceau) que ganha o Prémio Nobel da Física trai a mulher devido ao tédio que sente pela vida que leva. Ela vingar-se-á em Estocolmo.
O cientista Stratman, de origem alemã, mas que vive nos Estados Unidos ganha o prémio da Química vive preocupado com a sua frágil saúde e sobretudo com a sobrinha, que sobreviveu aos horrores do regime nazi.
O Dr. John Garrett e o Dr. Carlo Farelli, italiano, ganham em ex-aequo o prémio Nobel da Medicina e o Estocolmo será o palco onde o primeiro deles se irá digladiar com os seus problemas psicológicos e com Carlo Farelli, alegando que este lhe roubara a descoberta que haveria de dar o Prémio aos dois laureados.
O Dr. Craig ganha o Prémio Nobel da Literatura, mas não escreve há 3 anos nada de novo. Isso deve-se ao facto de ele viver com o trauma de ter morto a mulher num acidente de automóvel e de se ter entregue desde então à ingestão indiscriminada de álcool. Vive com a irmã da falecida mulher e é com ela que se desloca a Estocolmo para receber o galardão. É lá e na figura de Emily Stratman, a sobrinha de Max Stratman, que ele encontrará o rumo e o significado para a vida.
A “intriga comunista” - que envolve a sobrinha do cientista Max Stratman e o seu desaparecido pai, Walther Stratman, irmão de Max - serve para dar vazão às perspectivas do autor sobre os regimes que se confrontam na altura da guerra fria. O bloco comunista é confrontado com o mundo ocidental, livre e esta temática surge ainda num dos livros que o laureado com o Prémio da Literatura escreve.
A narrativa ganha progressivamente interesse, tornando-se cada vez mais vertiginosa à medida que se aproxima do final. Há estratégias narrativas adoptadas que são inteligentes e que contribuem para o adensar da intriga. No entanto, a partir de dado momento certos elementos da história tornam-se previsíveis, pois o leitor começa a perceber a mentalidade do escritor e que subjaz à tessitura da narrativa.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Humano e humilde na amarga derrota




Roger Federer perde na final do Open de ténis de Austrália contra Rafael Nadal, a 1 de Fevereiro.

Cunhas...

Não acreditas nesse mito acreditado e nunca visto publicamente chamado cunha?
Pois é, vejo, horrorizado, que estou rodeado delas, de cunhas, cunhados, cunhadas e enteados. Vejo que a inveja é útil e natural quando vejo cunhadas acabadas de cunhar. Vejo a injustiça que é a cunha triunfar sobre a lista dos candidatos, fazendo pouco dela. Afinal, uma lista de candidatos, à espera, é para os outros. Para os que não sabem ou não querem cunha. Aqueles que, contra ventos e marés, querem ter e deixar um cunho próprio, coisa bem diferente dessa coisa chamada cunha. Agonizo perante a afronta, mas sei que um dia o talento e o trabalho triunfarão alcandoradamente do favor e da cunha agradecida.