domingo, 19 de agosto de 2007

Gritar nos ouvidos dos que fazem os programas televisivos e dizer-lhes aquilo que acho e achamos muitos sobre "A Herança de Verão"

Esta foi a breve nota enviada mailicamente à RTP:

"Dúvidas, Sugestões, Opiniões - Tudo o que esperamos de Si!" é o nome desta rubrica e é com esses objectivos, por vossas excelências assim autorizados, que este mail se propõe e impõe. Este mail é uma lista de opiniões e de sugestões sobre um programa que, emitido em horário nobre, tem roçado muitas vezes a banalidade. Falo claramente da "Herança de Verão", no qual uma apresentadora se pavoneia como se estivesse a ter o melhor desempenho possível e esperável neste género de programas, um concurso. Mas sobre esta pivot eu não falarei (mais). Falarei, isso sim, sobre momentos, vícios, tempos mortos, erros crassos de que o programa enferma na sua própria lógica.

Já não falarei sobre dadas etapas do programa, que mais parecem premiar a estupidez do que a demonstração do saber - sobretudo, a primeira fase e a segunda. Já não falarei da chamada "batata quente", fase do concurso cujo objectivo não percebo qual é. Com efeito, nesta fase, há uma pergunta - sem grande interesse e à qual ninguém com a tal cultura geral média/boa sabe responder - que se destina a eliminar um dos concorrentes. Ora, é assim uma questão de sorte e não de saber!

Já não falarei das perguntas do "Duelo", difíceis até mais não, e sem qualquer interesse, pois não testam a tal cultura geral! Aqui faço uma paragem e grito a plenos pulmões: Como se pode apresentar na RTP um programa com todas estas deficiências e gerido da forma como é? Como é possível? Os portugueses não merecerão mais? Não mudaremos o programa, mas gritaremos aos ouvidos dos que o fazem!

Não é com a intenção de denegrir gratuitamente um programa que escrevo este mail; acho que devemos ser humildes e reconhecer que podemos sempre fazer melhor; a questão não é o espectador, desenganemo-nos, a questão são as debilidades de um programa em horário nobre. Será honesto que as reconheçamos, será honesto sermos humildes...

Essas debilidades aponto-as a dedo para que se saiba, gritadamente, quais são – mas não com a esperança de que venham a ser corrigidas:

  1. Por que razão bate o público palmas desalmadamente? Em qualquer ocasião do programa, o nosso público só se sabe manifestar com palmas, mesmo em momentos em que não fazem qualquer sentido. É ridículo e dá a impressão que o público, embora não esteja amestrado, está anestesiado…Será? Sugestão: gerir melhor a participação do público. Estou certo de que José Carlos Malato o saberá fazer.

  1. Que ideia é essa de pedir ao público que repita o número de telefone do concurso de casa? Fá-lo-ão com gosto? Estão por lei obrigados a isso? Tem alguma lógica que o façam? Eu bem digo que os nossos públicos estão anestesiados…Sugestão: quem mande que acabe com isso.

  1. No “Duelo”, que sentido faz que “se ponham lado a lado” os concorrentes para transferências da quantia acumulada, se a vimos passar no momento anterior sobre a bonita mesa do programa. Esta a mim abisma-me e revolta-me. Estamos em horário nobre!

Reafirmo, para terminar, a minha confiança na capacidade de reflexão de quem produz “A Herança de Verão”, no sentido de acolher benignamente todas as perplexidades e sugestões suscitadas por um programa que está longe de ser divertido e que está muito mais longe ainda de ser perfeito. Mas pode aperfeiçoar-se… Assim o desejem vossas excelências.

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