sábado, 25 de agosto de 2007

Bons ventos e melhores casamentos: famílias mudam-se para Espanha.

O XVII Governo Constitucional acaba de promulgar um novo Decreto-Lei no qual prevê a construção de um único distrito escolar em Vila de Rei, centro geográfico de Portugal, para onde hão-de convergir todos os alunos em idade escolar.

Numa clara tentativa de rentabilizar os recursos humanos que possui, o Ministério da Educação decidiu-se pela escola mínima e vai obrigar todos os alunos a deslocarem-se a Vila de Rei para terem a sua DDR (dose diária recomendada) de educação. Para isso reconverter-se-ão alguns edifícios já existentes naquela localidade, enquanto outros serão construídos de raíz.

Quem já demonstrou o seu desagrado por esta notícia foram os encarregados de educação dos alunos – nomeadamente os das regiões do Minho e do Algarve – que ficam agora obrigados a fazer uns quilómetros adicionais para ir pôr a sua prole na única escola do país que lhes está destinada.

Já em Vila de Rei, a população está muito esperançada com esta medida, pois, nas palavras do senhor Luís Picanço, jogador de dominó a tempo inteiro e edil nas horas vagas, "irá trazer muitos recursos e desenvolver a região".

A ministra já veio agradecer a disponibilidade daquele município e reafirmar, por outro lado, a boa vontade das famílias das nossas crianças e jovens, considerando que “tudo correrá pelo melhor”. Tendo em conta a considerável redução no número de vagas no concurso de professores, Maria de Lurdes Rodrigues já tem prevista uma medida que bem poderá tornar-se no novo desporto nacional. Assim, e nas suas palavras: “Emigrem.”

Esta já era uma medida aguardada pelos sindicatos de professores há algum tempo, tendo em conta que a taxa de natalidade desceu pelo 5.º ano consecutivo, pelo que havia escolas com turmas de poucos alunos. Joaquim Robespierre, chefe das hordas sindicais, acusou de inconstitucional a proposta do governo e prometeu já uma série de acções contra o decreto.

Em Vila de Rei, para onde já se dirigiram empresários na área da hotelaria e da construção civil, serão criadas super-turmas com mais de 100 alunos cada, onde, para se entenderem, todos falarão em inglês recém-aprendido. Espera-se, assim, que os alunos possam desenvolver plenamente as suas competências. Existe a convicção por parte do ministério que, se forem dadas as condições adequadas, todos sairão vitoriosos desta verdadeira paixão que é a educação.

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